quarta-feira, 18 de abril de 2012

Empresários mexicanos querem agroindustrializar sisal da Bahia


A economia de 20 municípios baianos produtores de sisal pode ser revigorada com os investimentos que empresários mexicanos pretendem fazer na região, introduzindo novas variedades de sisal e agroindustrializando a produção .

“Nossa meta é recuperar a produção, que já foi de 220 mil toneladas por ano”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, informando que a “Bahia deverá produzir apenas 80 mil toneladas/ano, número que ainda mantém o Estado como maior produtor do Brasil”. A declaração foi feita durante visita que o secretário fez esta semana aos municípios de Valente, Santa Luz e Conceição do Coité, em companhia do secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Paulo Câmera. Os municípios visitados são importantes produtores de sisal.
Os empresários mexicanos, que visitaram anteriormente a região em companhia do representante da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb), Ismael Ferreira, reuniram-se com Eduardo Salles em Salvador e afirmaram que estão estudando a possibilidade de introduzir na região a cultura da agave azul, planta da mesma família do sisal, muito utilizada no México para a produção de tequila e adoçante. Eles planejam a instalação de um empreendimento agroindustrial, integrando pequenos produtores e parceiros locais. O projeto necessitaria de uma área de produção de 36 mil hectares de cultivo, já que o semiárido baiano possui clima de baixa precipitação, característica climática semelhante ao país latino-americano.
A questão tecnológica também preocupa o governo, que busca um modelo de máquina que seja segura e de alta produtividade. O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Paulo Câmera, disse que, com a visita aos municípios de Conceição do Coité, Santa Luz e Valente, foi desenvolvida uma nova forma de atuação na área do sisal, a partir da concepção de outro modelo de exploração. “Há um projeto com uma máquina itinerante e, agora, um novo experimento de produção com uma fixa”.
A agave azul, que possui alto valor econômico, é a base da economia de todo o estado de Jalisco. Os investidores mexicanos exportam US$ 20 milhões por ano, com a produção colhida em 30 mil hectares.
Segundo Eduardo Salles, essa é mais uma das alternativas pensadas para a agricultura da região. “Além da fibra, se pudermos avançar e ter a produção de etanol, açúcar e outros derivados da agave, conseguiremos mais uma opção para uma cultura tão importante para a Bahia”. Satisfeitos com o que encontraram em território baiano, os empresários convidaram o secretário para conhecer o
trabalho desenvolvido nesta área no México.
Salles explicou aos investidores que a Bahia possui moderna legislação ambiental, que permite o licenciamento para novas áreas e empreendimentos com rapidez, além da infraestrutura necessária e a segurança sanitária por meio das ações de defesa, extensão e pesquisa agropecuária. Além disso, o governo poderá apoiá-los nas questões de logística e de instalação do seu parque industrial. E sugeriu uma reunião com técnicos da Seagri e da Secti, visando a elaboração de um protocolo de intenções entre governo estadual e empresa, para que se possa avançar nas negociações.

Fonte: Portal Vida no Campo

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